Você notou um aumento na queda de cabelo neste outono? Encontrar fios no travesseiro, no chão do banheiro ou no ralo pode assustar, mas essa perda capilar pode ter uma explicação natural: o eflúvio telógeno sazonal. Segundo a médica dermatologista Dra. Débora Cadore, diretora técnica da Cadore Clínica Dermatológica, essa é uma condição comum, autolimitada e geralmente ocorre após os meses mais quentes do ano.
O eflúvio telógeno é uma queda de cabelo temporária causada por alterações no ciclo de crescimento dos fios. No caso sazonal, ele costuma aparecer no outono, como consequência da exposição solar intensa durante o verão, que gera inflamações no couro cabeludo, estresse oxidativo e liberação de radicais livres.
“Estudos comprovam que os cabelos caem mais no outono, devido às agressões sofridas durante o verão”, explica a Dra. Débora, especialista em doenças capilares e professora na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A queda capilar sazonal tende a se resolver naturalmente em até 90 dias. Porém, se a queda persistir além desse período, é hora de procurar um dermatologista especialista em cabelo.
“Se o quadro dura mais de três meses, pode estar relacionado a deficiências nutricionais, alterações hormonais, estresse intenso ou até doenças autoimunes”, alerta a médica.
O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica, tricoscopia e tricograma, podendo incluir exames laboratoriais.
Embora mais relatada por mulheres — devido ao comprimento dos fios, que torna a queda mais visível —, o eflúvio telógeno sazonal afeta homens e mulheres de todas as idades. Pessoas com condições capilares pré-existentes, como alopecia androgenética, alopecia areata ou fibrosante frontal, devem ter atenção redobrada.
“Tempo é cabelo: quanto antes o diagnóstico, melhores as chances de recuperação”, destaca a Dra. Débora.
Apesar de transitória, a queda de cabelo sazonal pode ser minimizada com cuidados simples:
Proteger o couro cabeludo no verão com chapéus e produtos com filtro UV;
Alimentar-se bem, priorizando proteínas e antioxidantes (como vitamina C e chá verde);
Evitar automedicação com shampoos ou tônicos antiqueda;
Ter uma boa qualidade de sono, essencial para o crescimento capilar saudável.
A dermatologista também recomenda, sob prescrição médica, tônicos capilares com ativos naturais como óleo de alecrim, ginkgo biloba, semente de abóbora e cafeína para estimular a recuperação dos fios.
“Automedicação pode atrasar o tratamento adequado. O ideal é sempre consultar um profissional capacitado para avaliar a causa real da queda”, ressalta Dra. Débora.
Se você está percebendo uma queda de cabelo fora do normal neste outono, preste atenção à duração do sintoma. Se ultrapassar três meses, busque um especialista.
“Quanto antes o diagnóstico, maior a chance de preservar os fios e reverter o quadro”, finaliza a médica.










