A Região Metropolitana de Florianópolis poderá contar com 77 quilômetros de transporte coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC), como BRT e VLT, até o ano de 2054. A estimativa é do Boletim Informativo nº 4 do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), desenvolvido pelo BNDES em parceria com o Ministério das Cidades. A nova rede beneficiaria diretamente 437,9 mil pessoas por dia e colocaria a capital catarinense entre as cidades brasileiras com maior cobertura de transporte eficiente.
Hoje, Florianópolis não possui linhas de TPC-MAC. Com a implantação da chamada Rede Futura, o percentual da população que reside em um raio de até 1 km de estações desse tipo de sistema passaria de 0% para 30,3%, de acordo com o índice PNT (People Near Transit).
Infraestrutura e impacto na qualidade de vida
Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, o planejamento visa transformar a mobilidade urbana com foco na eficiência, sustentabilidade e acesso universal:
“Nosso foco é tornar o transporte coletivo mais dinâmico e sustentável. Reduzir o tempo de deslocamento com conforto e segurança transforma a forma como as pessoas vivem, acessam oportunidades e se relacionam com as cidades”.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou os benefícios econômicos e sociais do projeto:
“Investir em transporte coletivo de qualidade amplia o acesso a oportunidades, melhora a produtividade urbana e reduz desigualdades. Em Florianópolis, isso representará um salto na mobilidade e na sustentabilidade ambiental”.
Florianópolis se aproxima de padrões internacionais
Com a Rede Futura completa, a capital catarinense atingiria um índice RTR (Rapid Transit to Resident) de 43, aproximando-se de cidades como Londres (44,7) e Nova Iorque (47,7) — líderes mundiais em mobilidade urbana.
Projeções nacionais
No total, o ENMU aponta para a expansão de 2.500 km de redes TPC-MAC em 21 regiões metropolitanas do Brasil até 2054, incluindo:
323 km de metrô
96 km de trens urbanos
1.930 km de BRT, VLT e monotrilho
157 km de corredores exclusivos de ônibus
A cobertura média atual é de apenas 13% da população nas 21 regiões metropolitanas. Com as novas redes, esse número passará de 30% na maioria dos locais e ultrapassará 40% em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Baixada Santista.
O Boletim nº 5, previsto para ser publicado entre junho e agosto, detalhará os 200 projetos prioritários de transporte coletivo, com estimativas de investimentos, benefícios econômicos e viabilidade financeira. O objetivo é criar um Banco de Projetos que oriente os investimentos públicos e privados em infraestrutura de mobilidade para as próximas décadas.
