O pacote tarifário imposto pelo governo dos Estados Unidos a produtos importados do Brasil, em vigor desde 6 de agosto, afeta direta e indiretamente centenas de micro e pequenas empresas catarinenses. Segundo o Observatório de Negócios do Sebrae/SC, 23% das micro e pequenas empresas que exportam diretamente para o mercado norte-americano sentirão de imediato os impactos das medidas, além dos pequenos negócios que fornecem insumos ou serviços para médias e grandes exportadoras. Atualmente, os EUA são o maior parceiro comercial de Santa Catarina, responsáveis por 15% de toda a mercadoria exportada pelo Estado.
Os segmentos de construção civil (como portas e janelas) e madeira devem sofrer os maiores impactos em volume financeiro, seguidos por empresas de motores e geradores elétricos, móveis e alimentos.
De acordo com Roberto Tavares, gerente de competitividade do Sebrae/SC, diante de um cenário incerto é essencial diversificar mercados e inserir as empresas em cadeias mais resilientes. “O Sebrae/SC preparou uma série de medidas que garantem apoio técnico aos empresários, desde orientação para acesso a crédito e novos mercados, até estímulo à inovação, para que essas empresas sobrevivam às consequências da taxação e fortaleçam sua participação no desenvolvimento econômico de longo prazo”, destacou.
Entre as iniciativas estão programas como o PEIEX, em parceria com a ApexBrasil, que oferece consultorias para adaptação de produtos e estratégias de exportação a novos mercados. “Buscar alternativas além dos Estados Unidos, especialmente na América Latina, Europa e Ásia, é estratégico para a sobrevivência do negócio. O Sebrae orienta os empresários nesse processo”, reforçou Tavares.
Outra frente é a inovação. Por meio do Sebraetec, o Sebrae/SC subsidia serviços tecnológicos e de inovação, como design, desenvolvimento de novos produtos e adequações técnicas para atender padrões internacionais.
O acesso ao crédito também é uma prioridade. “O Sebrae/SC apoia os empresários na busca de linhas específicas para fluxo de caixa, estoque ou readequação produtiva. Atuamos junto às instituições financeiras para reduzir barreiras de garantias, via o programa FAMPE (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas), essencial em momentos como este”, explicou Tavares.
As empresas impactadas também são orientadas a realizar diagnósticos estratégicos, simulando cenários de perda de mercado e recalculando custos e margens. “Garantimos consultorias de planejamento estratégico e modelagem de negócios resilientes para apoiar esses empreendedores”, completou o gerente.
Os empresários afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos podem buscar apoio pelo e-mail: aceleraglobal@sc.sebrae.com.br.
