A Águas de Camboriú promoveu, na última semana, uma nova edição do programa Afluentes com representantes do bairro Taboleiro. A reunião foi solicitada pelos próprios moradores, que manifestaram dúvidas e preocupações sobre o abastecimento de água e o esgotamento sanitário na região. Durante o encontro, a concessionária apresentou as ações e os investimentos em andamento no município.
Um dos principais pontos levantados pela comunidade foi o impacto do crescimento populacional no abastecimento hídrico. “A construção de novos edifícios traz um aumento significativo na demanda de água e nos preocupamos com o futuro da região”, afirmou Afrânio Thiel, da Associação de Moradores do Bairro Taboleiro.
O gerente de operações da Águas de Camboriú, Vilmar Pereira da Silva Junior, destacou que a população da cidade já ultrapassa os 100 mil habitantes e que o planejamento para novos empreendimentos leva em consideração o consumo e a demanda futura. “Esse planejamento envolve desde a extensão da rede até o aumento da capacidade de fornecimento”, explicou.
Os moradores também relembraram as dificuldades de abastecimento enfrentadas durante o verão 2024/2025. Como resposta, a Prefeitura solicitou à concessionária um estudo para aditamento do contrato de concessão, incluindo a construção de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA) de 114 L/s exclusiva para Camboriú.
O estudo foi concluído e apresentado ao poder concedente e à agência reguladora. No entanto, segundo Vilmar, o município optou por priorizar os estudos voltados ao sistema de esgotamento sanitário, incluindo a implantação de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e das redes de coleta. “O tema do abastecimento será retomado apenas após a instalação do sistema de esgoto”, destacou.
Enquanto isso, a concessionária, em conjunto com o município, busca um acordo com Balneário Camboriú para o aumento temporário da quantidade de água fornecida à cidade vizinha.
A pauta do esgotamento sanitário também foi amplamente discutida. O contrato atual determina que a concessionária assuma 21 pequenas ETEs localizadas em 16 loteamentos. Atualmente, seis já estão sob administração da empresa: Barra do Cedro, Ebenezer, Maria Russi, Santa Regina VII, Vicência e Terra Alta.
Outro desafio é a liberação de um terreno federal, na área do Instituto Federal Catarinense (IFC), escolhido pelo município para a construção da ETE principal. A Águas de Camboriú aguarda a finalização das tratativas da doação do terreno por parte da Prefeitura. Caso não seja possível a cessão do espaço federal, a empresa deverá adquirir uma área particular, conforme acordo com o município.
A reunião reforçou a importância do diálogo entre comunidade, poder público e concessionária para garantir avanços sustentáveis na infraestrutura urbana de Camboriú.