Para ampliar o monitoramento das arboviroses, orientando a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao controle de vetores, o Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (9), a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras arboviroses. O planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios. Santa Catarina registrou 568 casos prováveis de dengue na primeira semana epidemiológica de 2025. No mesmo período de 2024, foram registrados 543 casos.
Outra resposta do Brasil para o controle das arboviroses é o lançamento do Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika. A finalidade é garantir uma preparação adequada para conter o avanço da doença. O novo plano revisa e amplia a versão anterior, publicada em 2022, e busca reforçar as estratégias de prevenção, preparação e resposta às epidemias de arboviroses. O documento apresenta orientações para elaboração de planos regionalizados, estaduais e municipais, considerando cenários específicos do contexto epidemiológico e arranjos socioambientais, incorporando experiências locais.
Ação constante para controle das arboviroses
Desde 2023, o Ministério da Saúde monitora constantemente o cenário epidemiológico, coordenando ações de controle das arboviroses em todo o território nacional.
A ampliação do uso de tecnologias para controle do vetor tem sido uma das principais apostas do Ministério. Entre as ações destacam-se:
- Expansão do método Wolbachia, de 3 para 40 cidades até 2025;
- Implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas;
- Borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes) em áreas de grande circulação, como creches, escolas e asilos;
- Estações disseminadoras de larvicidas, com previsão de 150 mil unidades na primeira fase;
- Uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitorar e controlar o mosquito;
- Instalação de 3 mil Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) no Distrito Federal, com expansão para outras áreas periféricas.
Em 2024, para conter o aumento dos casos durante o período sazonal 2024/2025, o Ministério investiu R$ 1,5 bilhão em estratégias como novas tecnologias, campanhas educativas e medidas estratégicas, reforçando a colaboração com governos estaduais e municipais.
Ainda em dezembro, foi realizado o Dia D de Mobilização contra a Dengue, uma iniciativa nacional para conscientizar a população sobre a importância de medidas simples para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Plano de Ação 2024/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Nísia Trindade lançaram o Plano de Ação 2024/2025 para reduzir os impactos das arboviroses no Brasil. Desde setembro de 2024, estão em implementação seis eixos de ação:
- Prevenção e vigilância;
- Organização da rede assistencial com qualificação de profissionais;
- Mobilização e comunicação comunitária, considerando que 75% dos focos estão em residências;
- Recomposição de estoques de inseticidas;
- Distribuição de mais de 3 milhões de testes para diagnóstico de arboviroses;
- Aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue, com 5,5 milhões já distribuídas.
Apesar da vacina, a principal medida é a eliminação dos criadouros do mosquito, reforçando a importância de receber Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde.
Cenário epidemiológico nacional
Em 2024, o Brasil registrou 6,6 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos. Até 8 de janeiro de 2025, foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 óbitos em investigação. Metade dos casos está concentrada em São Paulo e Minas Gerais, com a região Sudeste respondendo por 61,8% das ocorrências.