A inflação e o aumento do custo de vida seguem afetando significativamente os moradores da região Sul, mesmo com leve recuo na percepção de alta de preços. Segundo a nova edição da Pesquisa RADAR FEBRABAN, realizada entre os dias 12 e 20 de junho de 2025 com 2 mil pessoas em todo o país, a expectativa de que a vida familiar irá melhorar no segundo semestre do ano caiu de 68% em março para 57% em junho entre os sulistas — uma redução de 11 pontos percentuais.
Entre os entrevistados do Sul, a percepção de que os preços continuam em elevação, que havia alcançado 91% em março, recuou para 85% em junho. Apesar dessa melhora, 80% ainda afirmam que os preços altos impactam diretamente o poder de compra, principalmente nos itens de abastecimento doméstico. Em seguida, os maiores vilões apontados são o preço dos combustíveis (33%) e os gastos com saúde e medicamentos (28%).
O levantamento mostra que o Sul é hoje a região menos otimista do país. Em comparação, os índices de expectativa de melhora na vida familiar para o segundo semestre são mais altos no Norte (74%), seguido por Nordeste (66%), Sudeste (61%) e Centro-Oeste (60%).
Para o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE, o cenário negativo é resultado de um conjunto de fatores econômicos que ainda afetam o humor da população. “No segundo trimestre tivemos aumento da taxa básica de juros para 15%, descontos indevidos nas contas dos aposentados, crédito mais caro, além da alta na energia elétrica e nos custos de habitação”, analisa.
A Pesquisa RADAR FEBRABAN é conduzida trimestralmente pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) e mapeia percepções e expectativas da sociedade sobre economia, vida pessoal e prioridades para o país.