Como transformar conhecimento técnico em modelo de negócio escalável? Como usar o BIM não só para projetar melhor, mas também para conectar profissionais, otimizar tempo e gerar valor real para empresas da construção civil? Essas são algumas das perguntas que o evento “Na Prática: BIM e Empreendedorismo” pretende responder, reunindo nomes de peso da construção civil no dia 24 de julho, no Floripa Square Rooftop, em Florianópolis.
Com patrocínio do CREA-SC, a iniciativa se consolida como um marco para a valorização da engenharia, arquitetura e construção catarinense, ao oferecer uma programação pensada para quem quer profissionalizar a gestão, discutir ações concretas para colocar o BIM em prática e construir conexões de mercado com propósito e estratégia.
O evento reunirá empresários, especialistas e lideranças técnicas, com palestras, cases e conversas conduzidas por profissionais como:
- Marco Sacenti
Mestre em Engenharia e BIM, é palestrante e sócio-fundador e CEO da Engeplanti, empresa líder em desenvolvimento de projetos e orçamentos em BIM. Esteve recentemente na Rebuild Madrid, um dos principais palcos mundiais em inovação na construção civil - Guilherme Silveira
Engenheiro civil, Guilherme é sócio-fundador e Chief Operating Officer (COO) da Engeplanti Projetos e Supervisão. Recentemente recebeu da Câmara Municipal de Florianópolis homenagem com a medalha Francisco Dias Velho pela contribuição relevante para a cidade, o estado e o país. - Célia Penedo
Engenheira civil referência internacional em BIM, com mais de 20 anos de experiência em obras públicas e vivência em obras de grande complexidade, como túneis e pontes. Atualmente é responsável de área – Gestão de Empreitadas na Empresa Municipal de Mobilidade de Lisboa (Emel). - Kesia Alves
Engenheira civil especializada em BIM, é sócia-proprietária da Alves Espíndola Engenharia e idealizadora da plataforma Conexão BIM. Consultora para órgãos públicos na implantação da metodologia, possui mais de 20 anos de experiência em projetos, obras, orçamento planejamento e implementações de sistemas de gestão. - Samuel Borges
Engenheiro civil especialista em BIM aplicado, atua em projetos de grande escala, como aeroportos, hospitais e edifícios verticais esbeltos. - Daniela Rosa – Engenheira civil, especialista em engenharia de custos, licitações e contratos em projetos e obras com ênfase em BIM.
- Elio Quaresma
Jornalista, comunicador e especialista em marketing estratégico e gestão de pessoas, com mais de 10 anos de experiência no setor AEC. - Felipe Cassol
Engenheiro civil, especialista em Construção Industrializada de Concreto e CEO da Cassol Pré-fabricados. É Presidente do Conselho Estratégico da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto – Abcic. - Felipe Góes
Engenheiro civil, mestre e doutorando em engenharia de produção, é Diretor de Integração na Engeplanti. Com mais de 10 anos de experiência em projetos de engenharia, atua como professor e coordenador de cursos de pós-graduação nas áreas de gerenciamento de projetos, megaprojetos e engenharia.
BIM com os pés no chão: técnica, negócios e impacto real
Para Marco Sacenti, o evento é uma oportunidade de romper com a visão excessivamente conceitual do BIM e aproximar os profissionais da sua aplicação prática e estratégica:
“Durante muito tempo, o BIM foi discutido de forma idealizada, com foco em suas promessas, mas pouco alinhado com a realidade dos escritórios e obras no Brasil. O Na Prática vem justamente para quebrar essa barreira. Ele transforma o BIM em ferramenta de negócio, de resultado técnico, de valor direto para o cliente.”
A programação inclui palestras, rodas de conversa e mesas de insight com especialistas, além de aulas práticas sobre Concepção de Projetos BIM e Plano de Execução BIM, promovendo capacitação técnica com aplicabilidade imediata. Haverá ainda espaços de interação com startups e empresas, promovendo o intercâmbio de experiências e soluções inovadoras.
A proposta vai além da formação técnica: o evento propõe discutir uma nova relação de trabalho no setor, baseada na colaboração entre marcas que atuam juntas em projetos específicos, somando forças para entregar mais valor ao cliente.
“Há um desafio cultural importante: o BIM não é uma ferramenta que se compra, é um processo que se constrói com pessoas. E isso exige um novo comportamento, mais colaborativo e estratégico”, ressalta Sacenti.
Empreender na engenharia é transformar o setor
O evento também faz um convite direto ao protagonismo dos profissionais da engenharia e arquitetura. Para Guilherme Silveira, o empreendedorismo é um ato de transformação:
“Muitos profissionais ainda estão esperando reconhecimento ou valorização vinda do mercado. Mas se a mudança não começar em nós, ela não vai acontecer. O empreendedorismo é uma ferramenta de libertação: ele nos tira da inércia e nos obriga a pensar soluções e criar caminhos.”
Silveira reforça que expandir um evento como o Na Prática é mais do que crescer em público — é semear uma nova cultura:
“A Engeplanti entende que colaboração é o caminho mais eficiente para acelerar o desenvolvimento do setor. quando reunimos profissionais, empresas, instituições e ideias diferentes num mesmo espaço, o impacto vai muito além do evento, ele reverbera nas práticas, nas lideranças e nas decisões que moldam o futuro da construção civil.”
Com grande demanda de mercado e presença de empresas contratantes, o evento se estabelece como uma oportunidade concreta para profissionais e marcas fecharem parcerias, iniciarem negócios e construírem relações estratégicas duradouras.
Os ingressos já estão disponíveis e as vagas são limitadas.
Confira a entrevista na íntegra com os diretores da Engeplanti
Por que um evento como o Na Prática é tão importante no cenário da difusão do BIM no Brasil?
Marco Sacenti – Eventos como o Na Prática são fundamentais porque ajudam a consolidar uma mudança urgente no nosso setor: a transição do BIM conceitual para o BIM real e aplicável.
Durante muito tempo, o BIM foi discutido de forma idealizada, com foco em suas promessas e potenciais, mas pouco alinhado com as condições reais dos escritórios, dos clientes, das obras e das estruturas de contratação no Brasil.
Essa abordagem, embora bem-intencionada, acabou afastando muitos profissionais e clientes que não viam resultados concretos – apenas mais complexidade e custo.
O Na Prática vem justamente para quebrar essa barreira. Ele promove um ambiente onde os desafios são discutidos abertamente, sem filtros, e as soluções são compartilhadas com base em experiências reais, que funcionam no dia a dia. É nesse tipo de espaço que o BIM deixa de ser um conceito distante e se transforma em uma ferramenta estratégica, que agrega valor direto ao negócio e à entrega técnica.
Além disso, ao reunir profissionais, empresas, conselhos de engenharia e arquitetura e governo, o evento promove o diálogo entre os diferentes elos da cadeia produtiva – algo essencial para que o BIM avance de forma coordenada.
Quando projetistas, escritórios, construtores e, principalmente, os clientes começam a enxergar o valor real que a metodologia agrega em eficiência, previsibilidade e qualidade, o BIM deixa de ser uma promessa e passa a ser prática consolidada. E isso só acontece quando tratamos o BIM com realismo, com os pés no chão, conectando inovação com aplicabilidade.
Quais os desafios que o BIM ainda precisa vencer para sua difusão que estão além dos profissionais da construção civil?
Marco Sacenti – Há um desafio técnico-humano importante: adotar ferramentas modernas e ágeis de desenvolvimento de projetos não resolve o problema se os profissionais envolvidos não aderirem à filosofia de trabalho colaborativo e integrado. A resistência à mudança, a baixa qualificação em ambientes digitais e a cultura de silos ainda presentes no setor dificultam a transformação. O BIM não é uma ferramenta que se compra, é um processo que se constrói com pessoas. E esse é o maior desafio: alinhar tecnologia, cultura e propósito em todos os elos da cadeia.
Outro grande desafio e um dos maiores para a plena adoção do BIM no Brasil está na ponta do processo: o cliente.
A falta de maturidade em BIM por parte dos contratantes impacta diretamente a qualidade do desenvolvimento dos projetos. Muitos ainda esperam uma lógica de trabalho baseada no CAD, com entregas fragmentadas e pouca colaboração, o que entra em conflito com a essência do BIM, que exige integração desde a concepção.
Quando o cliente não entende ou não valoriza o potencial da informação gerada no processo BIM, o projeto perde força. É comum vermos modelos sendo utilizados apenas como maquete 3D, sem exploração da base de dados que poderia otimizar orçamento, cronograma, manutenção e operação.
Sem a exigência e o entendimento do contratante, o uso do BIM fica superficial.
Nesse contexto, cabe aos projetistas e escritórios de arquitetura e engenharia um novo papel: além da entrega técnica qualificada, é preciso assumir, com maturidade, a função de educar o cliente. Isso significa mostrar o valor do BIM, esclarecer expectativas, orientar tomadas de decisão e, muitas vezes, ajudar a estruturar o próprio processo de contratação e gestão do projeto.
Quem compreende e aceita essa responsabilidade se destaca – porque o mercado valoriza quem entrega mais do que o escopo mínimo.
Por que é tão urgente estimular o empreendedorismo dentro do setor da construção civil?
Guilherme Silveira – Porque é preciso dar um passo além da espera. Muitos profissionais ainda estão presos a uma mentalidade de vitimismo — esperando reconhecimento, menos impostos, mais incentivos ou valorização vinda do Estado ou do mercado. Mas a verdade é que, se a mudança não começar em nós, ela não vai acontecer.
O empreendedorismo é uma ferramenta poderosa de libertação. Ele nos tira da inércia e nos obriga a pensar soluções, criar caminhos e assumir responsabilidade pelo nosso papel na transformação do setor. A construção civil ainda está cheia de profissionais que, por medo ou apego ao tradicional, freiam o progresso.
É preciso se adaptar. Se reinventar. E, acima de tudo, parar de esperar que alguém resolva. Quem empreende, lidera. E quem lidera, transforma. Estimular esse espírito é urgente porque o futuro do setor — e do país — depende dessa atitude.
Como a Engeplanti enxerga a responsabilidade de expandir um evento como este, que une técnica, gestão e colaboração, para o ecossistema empresarial catarinense?
Guilherme Silveira – Expandir um evento como o Na Prática é mais do que ampliar o alcance — é semear uma cultura. Uma cultura de troca, de parceria, de crescimento coletivo. A Engeplanti entende que a colaboração é o caminho mais eficiente para acelerar o desenvolvimento do setor.
O Brasil é gigante, diverso, e tem regiões inteiras ainda desassistidas em engenharia e qualificação técnica. Não dá pra resolver isso sozinho. Por isso, acreditamos profundamente na força das conexões, no poder da troca de aprendizados e na união de quem quer construir um novo modelo para a engenharia.
Quando reunimos profissionais, empresas, instituições e ideias diferentes num mesmo espaço, o impacto vai muito além do evento: ele reverbera nas práticas, nas lideranças e nas decisões que moldam o futuro da construção civil. Mais do que nunca, é hora de somar. Juntos, somos mais fortes, mais criativos e muito mais transformadores.”
Serviço
Evento: Na Prática: BIM e Empreendedorismo
Data: 24 de julho de 2025 (quinta-feira)
Horário: das 14h às 20h
Local: Floripa Square Rooftop – Florianópolis/SC
Ingressos: Disponíveis na página do evento
Programação: Palestras, aulas práticas, feira de negócios e mesas de insight com especialistas
Público-alvo: Empresários, engenheiros, arquitetos, profissionais da construção civil e gestores públicos
Realização: Engeplanti
Patrocínio: CREA-SC
Inscrições em: https://engeplanti.com.br/na-pratica/
(Fonte e Fotos: Engeplanti / Divulgação)
