Com a nova alta de 0,25 ponto percentual, a taxa Selic atinge 15,00% ao ano, o maior nível desde 2006. A decisão, tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, já era esperada pelo mercado e marca o sétimo aumento consecutivo da taxa básica de juros, posicionando o Brasil entre os países com juros reais mais altos do mundo.
Fim do ciclo de alta?
Economistas avaliam que o ciclo de elevação da Selic pode ter chegado ao fim. Segundo nota da XP Investimentos, a política monetária segue contracionista e a inflação parece estabilizada, embora ainda acima da meta:
“Manter a Selic em 15,00% até meados de 2026 deve ser suficiente para trazer a inflação para o intervalo da meta”, destaca o relatório.
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, também aponta estabilidade no curto prazo, com expectativa de início dos cortes apenas em 2026. Especialistas reforçam que qualquer flexibilização dependerá da economia global e das incertezas da política doméstica, especialmente com as eleições de 2026 no horizonte.
Oportunidades e riscos com juros altos
O cenário de juros elevados penaliza o crédito, especialmente para setores como o agronegócio, mas favorece investimentos conservadores. Em Santa Catarina, o líder da XP, Marcelo Pedroso, destaca o impacto no campo:
“O crédito rural e o financiamento de máquinas e insumos ficam mais caros, o que pode adiar planos de expansão e inovação no agronegócio”, afirma.
Por outro lado, ele ressalta que a renda fixa volta a se destacar como alternativa segura e com bons retornos. “É o momento de privilegiar aplicações pós-fixadas atreladas ao CDI e títulos indexados à inflação (IPCA+), sempre com diversificação de carteira para mitigar riscos em um ambiente de incerteza econômica”, orienta Pedroso.