O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), em sua segunda edição, recebeu 252.596 inscrições homologadas para cotas, das quais 210.882 são de pessoas negras, representando 27,7% dos mais de 760 mil inscritos em todo o país. Esse número revela um aumento significativo em relação à primeira edição, que teve 20% de candidaturas de pessoas negras.
O maior volume de inscrições de pessoas negras concentrou-se no Bloco 9 – Regulação (51.515), seguido pelos blocos de Administração (47.609) e Seguridade Social (34.351). O expressivo interesse desse público reforça o impacto do CPNU na democratização do acesso ao serviço público, consolidando o modelo inovador coordenado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
O CPNU 2 é o primeiro concurso a aplicar integralmente os percentuais estabelecidos pela nova Lei de Cotas (Lei nº 15.142/2025), que reservou 30% das vagas para cotistas: 25% para pessoas negras, 3% para indígenas e 2% para quilombolas.
Quanto à participação indígena, o total de inscrições foi de 6.657, equivalendo a 0,87% do total. O Bloco 9 – Regulação (Intermediário) concentrou o maior número de candidaturas indígenas (1.567), seguido pelos blocos de Administração (1.341) e Seguridade Social (1.159).
As pessoas quilombolas inscreveram-se em 5.004 vagas, correspondendo a 0,66% do total. O Bloco 9 – Regulação (Intermediário) também liderou, com 1.221 inscrições, seguido por Administração (995), Cultura e Educação (774) e Seguridade Social (771). Somadas, as inscrições de pessoas negras, indígenas e quilombolas totalizam 29,23% do total de inscritos.
Pessoas com deficiência (PcDs) tiveram 30.053 inscrições homologadas, representando 3,9% do total, com maior concentração no Bloco 5 – Administração (7.819) e no Bloco 9 – Regulação (Intermediário) (6.507).
O concurso também adotou medidas para ampliar a participação feminina, que representa 60% das inscrições confirmadas. A etapa discursiva contará com critério de equiparação de gênero, assegurando que ao menos 50% dos aprovados sejam mulheres, desde que apresentem desempenho compatível. O edital prevê ainda condições especiais para gestantes e lactantes, como tempo adicional para amamentação e atendimentos especializados.
O modelo do CPNU 2 permite que o candidato escolha blocos temáticos e defina preferências entre cargos e órgãos, com vagas distribuídas em 32 órgãos e provas previstas em 228 cidades, abrangendo os 26 estados e o Distrito Federal, com inscritos de 4.951 municípios.
As provas objetivas estão agendadas para 5 de outubro, e as discursivas para 7 de dezembro, com divulgação do resultado final prevista para janeiro de 2026.