Data – Agosto, 2024 – Amamentar é fundamental nos primeiros seis meses de vida do bebê, é o que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso significa que durante esses meses, o bebê deve receber apenas leite materno, sem água, chás, sucos ou outros alimentos. Após os seis meses, a introdução de alimentos é recomendada, mas a amamentação deve continuar até pelo menos os dois anos de idade. Neste período, o leite materno continua sendo uma fonte importante de nutrientes e imunidade para a criança, mesmo com a introdução de outros alimentos. É importante lembrar que, a decisão de até quando amamentar, deve ser baseada nas necessidades e desejos da mãe e do bebê, levando em consideração também a orientação do pediatra.
“Amamentar também é importante, pois o leite materno contém anticorpos que ajudam a proteger o bebê contra infecções e doenças, reduzindo o risco de infecções intestinais, respiratórias e alergias. Alguns componentes do leite materno são importantes para o desenvolvimento do cérebro do bebê, contribuindo para um melhor desenvolvimento cognitivo. Além disso, a amamentação promove um vínculo emocional importante entre a mãe e o bebê, ajudando no desenvolvimento emocional e psicológico da criança. Em relação à mãe, a amamentação pode ajudar a reduzir o risco de câncer de mama e ovário”, explica a ginecologista, Ana Paula Fagundes da Silva, membro da Associação Brusquense de Medicina – ABM..
Porém, há casos específicos em que as mulheres não podem alimentar seus bebês. Segundo a ginecologista, “se a mãe estiver com uma infecção grave que possa ser transmitida ao bebê, pode ser recomendado suspender a amamentação temporariamente, como em casos de HIV não tratado; doenças contagiosas, como tuberculose; uso de alguns medicamentos que podem causar efeitos colaterais no bebê; depois de certos procedimentos cirúrgicos ou tratamentos, até que os medicamentos ou anestésicos tenham sido eliminados do organismo; se a mãe estiver exposta a substâncias tóxicas (como certos produtos químicos, drogas ilícitas e álcool), pode ser necessário interromper a amamentação para proteger a saúde do bebê. É importante ressaltar que, cada situação deve ser avaliada por um médico ou profissional de saúde especializado em amamentação”.
Além disso, a mãe deve tomar cuidados importantes para garantir o bem-estar dela e do bebê. A médica dá algumas dicas, tais como manter uma posição confortável e correta durante a amamentação previne dores nas costas e nos ombros, usando travesseiros ou almofadas para apoiar o bebê; manter os seios limpos e secos para prevenir infecções, fissuras e mastite, que é uma inflamação da mama causada por bactérias; usar sutiãs confortáveis e de bom suporte é recomendado. Além disso, uma dieta equilibrada, rica em nutrientes, consumo de bastante líquido e descansar o suficiente é essencial para a saúde física e emocional da mãe, o que também auxilia na produção de leite; e sempre consultar um médico antes de tomar qualquer medicamento durante a amamentação. A saúde mental também é importante. A amamentação pode ser uma experiência emocional intensa. Buscar apoio emocional, seja de familiares, amigos ou grupos de apoio à amamentação, pode ser muito útil.
Mesmo com todas essas orientações, muitas vezes as mamães simplesmente não conseguem amamentar ou precisam de doação de leite materno. No caso da doação de leite materno, essa é uma alternativa para garantir que esses bebês recebam os benefícios nutricionais e imunológicos do leite materno.
“Os bebês prematuros ou gravemente doentes frequentemente se beneficiam significativamente da nutrição e proteção proporcionadas pelo leite materno doado, reduzindo o risco de complicações graves. A doação de leite materno cria uma rede de solidariedade entre mães, promovendo o apoio mútuo. A ação de doar leite materno ajuda a aumentar a conscientização sobre a importância da amamentação e sobre como outras mulheres podem apoiar mães que desejam amamentar, mas enfrentam desafios. Portanto, tanto as ações de orientação sobre amamentação quanto as iniciativas de doação de leite materno desempenham papéis essenciais na promoção da saúde infantil e materna, contribuindo para o bem-estar das famílias”, destaca a ginecologista.
REDE DE APOIO
Em Brusque, por exemplo, a Organização Não-Governamental Instituto Catarinense Anjos do Peito desenvolve um trabalho voluntário de apoio às mamães desde a sua fundação em 29 de novembro de 2010. Ao todo são feitos cerca de 400 atendimentos por mês, podendo ser online, presencial, no hospital, no domicílio ou na própria sede da entidade. As voluntárias realizam procedimentos desde manejo, correção da mamada, massagens, extração do leite, laserterapia nas fissuras mamilares, além de outros problemas de amamentação. O Anjos do Peito também faz puericultura e acompanhamento do peso do bebê, na sede ou domicílio, semanalmente, de acordo com a necessidade.
“As mães chegam até o Anjos do Peito orientadas em hospitais, amigas e pelas redes sociais, assim vamos formando grupos, normalmente pelo celular, de gestantes, de palestras para o parto, palestra para a amamentação ou consultorias individuais. Lembrando que tudo é feito gratuitamente, com agendamento, pois as voluntárias atendem Brusque e a região”, explica a enfermeira e fundadora da entidade, Angelina Lucia Tarter.
PEQUENA ALICE
A Camille Rech é secretária e mãe de primeira viagem da Alice Rosa de 4 meses e 15 dias. Ela conta que, no dia seguinte ao parto, quando voltou para casa, já não conseguia amamentar e por uma amiga soube do Anjos do Peito. Entrou em contato e logo uma voluntária foi até a casa dela ajudar.
“A voluntária chegou com todo o amor e paciência do mundo para me acolher, me ensinar, me acalmar. Não foi fácil, mas eles me deram todo o suporte que eu precisava. Minha filha saiu com 2,5 kg de maternidade então, toda terça-feira eles vinham aqui, traziam a balança, pesavam ela e me passavam um gráfico de crescimento e de peso dela toda semana e tudo foi melhorando. Eu não tenho nem palavras para mensurar o tanto que eu sou grata pela vida de cada um dentro do Anjos do Peito”, conta a Camille.
O Anjos do Peito mantém o trabalho com as mamães através de recursos próprios vindo de eventos, bingos, rifas e pedágios. Os atendimentos no Anjos do Peito são realizados de segunda à sexta-feira no horário comercial e à noite, fim de semana e feriados com caráter de emergência.
Para quem quiser contribuir com o Anjos do Peito e também para as mamães que precisam de orientação, a entidade está localizada na rua Azambuja, 789.
Telefones: (47) 3351-7786 e WhatsApp (47) 9.8423-5266 e 9.989-2642
Instagram anjosdopeito
E-mail: anjosdopeito@gmail.com.