O SINDIPI (Sindicato Nacional da Indústria de Conservas de Peixes) manifestou profunda preocupação com a decisão do Governo Federal de zerar a alíquota de importação de sardinha em lata (produto acabado), que antes era de 32%. Apesar de reconhecer que a inclusão de uma cota de 7,5 mil toneladas ameniza parcialmente o impacto, o setor defende a necessidade de fortalecer a produção nacional. A sardinha é o recurso mais importante para a pesca extrativa brasileira, sustentando uma cadeia produtiva que gera milhares de empregos em todo o país.
Atualmente, cerca de 180 embarcações capturam a espécie nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, abastecendo a indústria de conservas nacional. Somente no estado de Santa Catarina, essa atividade gera mais de 30 mil empregos diretos e indiretos. A pesca da sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) é regulamentada desde a década de 70 e possui o maior período de defeso entre os recursos pesqueiros, com cinco meses de paralisação anual para preservação.
A pesca brasileira, que segue rigorosamente as legislações trabalhistas e ambientais, destaca-se pela eficiência e superação de desafios internos. Nos primeiros 10 dias da safra de 2025, já foram capturadas cerca de 9 mil toneladas de sardinha, gerando impactos na logística e na capacidade de absorção da matéria-prima pelas indústrias. Diante disso, o SINDIPI alerta que a abertura do mercado para produtos acabados importados sem impostos pode agravar ainda mais a situação.
Nas próximas semanas, o SINDIPI apresentará ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio dados detalhados sobre os impactos da medida, especialmente em Santa Catarina, que abriga um dos maiores parques fabris de pescado enlatado do mundo. O sindicato reforça a importância de fomentar a produção nacional e preservar os empregos ligados à atividade, mantendo a esperança de reverter a decisão.