O comércio de materiais de construção em Santa Catarina registra alta de 7,6% nas vendas em 2025, mais que o dobro da média nacional (3,8%), consolidando o estado como o terceiro com maior crescimento no setor — atrás apenas de Ceará (18%) e Rio Grande do Sul (11,4%). Os dados são do IBGE, com análise do Sebrae SC, que aponta que esse desempenho impulsiona mais de 18,5 mil micro e pequenas empresas (MPEs) especializadas em ferragens, vidros, tintas, madeira e outros insumos.
O aquecimento do mercado imobiliário, estimulado pela construção de novos empreendimentos e pela demanda crescente por reformas, é um dos principais motores desse crescimento. Além disso, o estudo do Sebrae SC revela que os consumidores estão priorizando compras mais frequentes e em menor volume, valorizando a proximidade, agilidade e atendimento personalizado das lojas de bairro.
“O setor imobiliário de Santa Catarina está muito aquecido, principalmente pela construção de novos empreendimentos residenciais e comerciais. Isso ocorre porque as pessoas querem morar e trabalhar no estado mais seguro do país, que também gera mais oportunidades. Essa dinâmica movimenta todo o setor, desde as grandes até as pequenas empresas, que são as que mais geram empregos”, destaca o governador Jorginho Mello.
Entre as 18,5 mil MPEs voltadas para venda de materiais de construção em Santa Catarina, 10,6 mil são microempresas, 4,8 mil são MEIs e 2,9 mil são empresas de pequeno porte. A maioria está concentrada nos grandes centros urbanos, como Joinville (1.421 lojas), Florianópolis (922), Itajaí (726), Blumenau (644) e Palhoça (590). Conforme o Sebrae SC, o setor varejista catarinense conta com 212 mil pequenos negócios, sendo que o comércio da construção civil representa cerca de 9% desse total.
Para o secretário de Indústria, Comércio e Serviço, Silvio Dreveck, o aumento da renda do catarinense é um dos fatores que explicam esse crescimento. “Santa Catarina tem a menor taxa de desemprego do país e o quinto maior rendimento médio. Isso é resultado, entre outros fatores, das políticas de geração de emprego e atração de investimentos realizadas pelo Governo de Santa Catarina. Com mais dinheiro no bolso, o trabalhador tem mais condições de fazer uma reforma, ampliar a casa ou investir no imóvel. Assim, a roda da economia gira”, ressalta.
O estudo do Sebrae SC também aponta uma transformação no comportamento do consumidor. Os clientes passaram a comprar materiais de construção em menores quantidades, mas com maior frequência, priorizando a conveniência. Essa tendência favorece especialmente os pequenos comércios, que oferecem entrega rápida e atendimento próximo ao cliente.
“Esse movimento é impulsionado por fatores como o crescimento da autoconstrução e das reformas pontuais, o avanço do comércio digital, o fortalecimento de marcas locais com atuação em bairros e comunidades, e a preferência por compras de reposição com menor volume e maior frequência. Ao mesmo tempo, observa-se um cliente mais informado e exigente”, aponta o relatório do Sebrae SC.
A expectativa é que o mercado imobiliário mantenha seu ritmo de expansão nos próximos meses. Com isso, as vendas do setor devem continuar em alta, mantendo o protagonismo das micro e pequenas empresas em Santa Catarina.