Nesta quinta-feira (31), a prefeita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan, acompanhada do secretário de Articulação Política e Relações Institucionais, Diogo Catafesta, visitou a biofábrica do Método Wolbachia em Joinville. A comitiva contou ainda com a presença do prefeito de Blumenau, Egídio Ferrari, município que, assim como Balneário Camboriú, também foi contemplado para receber a tecnologia que combate a dengue, zika e chikungunya. Participaram também os vereadores de BC, Alessandro Teco e Naifer Neri.
O grupo foi recepcionado pelo prefeito de Joinville, Adriano Silva; pela vice-prefeita, Rejane Gambin; e pela secretária de Saúde, Daniela Cavalcante. Joinville foi o primeiro município catarinense a implementar o método, no ano passado, e devido aos resultados positivos, irá expandir a tecnologia para novos bairros.
É na biofábrica de Joinville que serão produzidos os “wolbitos” que serão soltos em Balneário Camboriú e Blumenau. “Desde fevereiro, quando a Fiocruz anunciou que nosso município havia sido selecionado para receber o método, acompanhamos todo o processo e histórico da tecnologia no Brasil e no mundo. Esta visita técnica foi para ver in loco o trabalho”, ressalta a prefeita.
O método consiste em inserir a bactéria Wolbachia – presente em cerca de 60% dos insetos – nos mosquitos Aedes aegypti, impedindo o desenvolvimento das arboviroses em seus organismos e reduzindo a transmissão das doenças. Trata-se de uma bactéria natural, que já existe na natureza, presente em abelhas e borboletas, e é um método seguro que não prejudica a saúde, o meio ambiente ou os animais.
A expectativa é que os primeiros “wolbitos” sejam soltos em meados de agosto, após meses de preparo, que incluíram o mapeamento de risco, definição de áreas prioritárias e capacitação dos agentes de combate a endemias. A soltura ocorrerá duas vezes por semana, por volta das 6h, nas áreas mapeadas. Os mosquitos não migram, permanecendo próximos ao local onde são soltos e não voando a mais de dois metros do chão.
“Desde que fomos contemplados, atuamos junto ao MinistériodaSaúde, Fiocruz e Wolbito do Brasil para garantir uma implementação segura e eficiente do método. Estamos próximos da soltura dos primeiros wolbitos, que serão um aliado importante no combate à dengue”, destaca o diretor da Vigilância Ambiental de Balneário Camboriú, David Cruz.
A tecnologia do Método Wolbachia é respaldada por estudos científicos nacionais e internacionais e já foi implementada com sucesso em diversas cidades do Brasil e do mundo, com reduções expressivas nos casos de arboviroses. Em Niterói (RJ), dados preliminares apontam redução de até 70% nos casos de dengue.
O método é complementar às ações tradicionais de combate à dengue, é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte das políticas públicas de saúde brasileiras. Desenvolvido pela Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde, é operacionalizado pela Wolbito do Brasil, empresa responsável pela maior biofábrica de “wolbitos” do mundo. A prática é natural, autossustentável, segura e não envolve modificação genética.
“A Wolbachia é uma ferramenta transformadora no combate às arboviroses. O que levamos a Balneário Camboriú é resultado de mais de uma década de pesquisa e validação científica, com impactos reais em locais como Niterói (RJ), Campo Grande (MS) e Medellín, na Colômbia”, explica o CEO da Wolbito, Luciano Moreira.
Mesmo após a soltura dos wolbitos, a população deve continuar com os cuidados tradicionais contra o Aedes aegypti e colaborar com os agentes. Recomenda-se a eliminação contínua de criadouros, pois não há diferença perceptível entre o mosquito local e o mosquito com Wolbachia.
