A cultura como aliada no cuidado em saúde mental ganha destaque em Balneário Camboriú. Um acordo de colaboração entre o Espaço de Saúde Bem Viver Dia, localizado na Praia dos Amores, e a Fundação Cultural do município foi formalizado neste mês de julho, com o objetivo de integrar pacientes a equipamentos culturais da cidade, como parte de seus planos terapêuticos.
A iniciativa parte da compreensão de que a arte e a cultura, além de promoverem bem-estar, fortalecem vínculos sociais, ampliam o repertório simbólico dos indivíduos e contribuem para o enfrentamento do estigma relacionado aos transtornos mentais. Diretrizes internacionais reforçam o papel da cultura como ferramenta complementar no tratamento em saúde mental — ideia que fundamenta a proposta da parceria.
O presidente da Fundação Cultural, Allan Müller Schroeder, recebeu a equipe multiprofissional do Bem Viver para alinhar as diretrizes do projeto. Estão previstas visitas guiadas ao Teatro Municipal Bruno Nitz, à Biblioteca Pública Machado de Assis, participação em feiras culturais, oficinas criativas e o uso terapêutico de espaços públicos para encontros e apresentações. Todas as ações serão integradas aos Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) dos pacientes.
“Allan destaca que o trabalho com arte e terapia é essencial para a saúde mental e vai ao encontro da gestão da Fundação, que busca democratizar o acesso aos espaços públicos e às expressões artísticas. ‘Recebemos essa proposta com muito entusiasmo, pois reforça nossa missão de tornar a cultura acessível e transformadora para todos’, afirma.”
Já o diretor-executivo do Bem Viver, Átila Leão de Mello, destaca que é preciso levar o cuidado em saúde mental para além dos muros institucionais. “Essa parceria é um passo importante para que nossos pacientes se sintam parte da comunidade, reconstruindo vínculos e formas saudáveis de pertencimento. As chamadas saídas terapêuticas fazem parte do nosso modelo de hospital-dia e ganham novo fôlego com essa colaboração institucional.”
O Bem Viver Dia funciona com uma equipe interdisciplinar e programas voltados à autonomia, reinserção social e continuidade do cuidado. A proposta reforça a importância das políticas públicas intersetoriais, que promovam inclusão, cidadania e uma cidade mais acolhedora e aberta à diversidade de experiências humanas — inclusive aquelas marcadas pelo sofrimento psíquico.
