Estudo brasileiro inédito aponta eficácia de técnicas de ressincronização em pacientes com insuficiência cardíaca

Estudo brasileiro inédito aponta eficácia de técnicas de ressincronização em pacientes com insuficiência cardíaca

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Um estudo multicêntrico inédito, conduzido no Brasil e apresentado no Congresso Europeu e Mundial de Cardiologia, em Madri, traz novas perspectivas para o tratamento da insuficiência cardíaca, condição que afeta cerca de 2 milhões de brasileiros.

Batizado de PhysioSync-HF, o estudo foi coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). A pesquisa comparou a eficácia da ressincronização cardíaca convencional com a inovadora estimulação fisiológica, revelando dados robustos que podem transformar a prática clínica e a saúde pública no país.

Resultados da pesquisa

O estudo acompanhou 173 pacientes durante 12 meses, distribuídos em 14 cidades de todas as regiões brasileiras. Os resultados mostraram que a ressincronização biventricular, tradicionalmente utilizada, apresentou melhor desempenho clínico na melhora da função cardíaca e na redução de internações.

Já a técnica de estimulação fisiológica, que insere o eletrodo diretamente no ponto do bloqueio elétrico, mostrou-se mais acessível economicamente, com redução média de R$ 17 mil por paciente durante o período analisado.

Diversidade e representatividade

A pesquisa também se destacou por refletir a realidade social e racial brasileira, incluindo 50% de mulheres e uma maioria de pacientes negros, pardos e indígenas. Essa representatividade é considerada essencial para garantir dados mais precisos e aplicáveis ao contexto nacional.

“A diversidade social, racial e econômica do Brasil foi fundamental para a assertividade dos resultados. Muitos pacientes enfrentam dificuldades de acesso ao tratamento especializado, principalmente no Norte e Nordeste”, destacou André Zimerman, cardiologista e pesquisador do Hospital Moinhos de Vento.

Além disso, a inclusão de pacientes com doença de Chagas, condição endêmica em algumas regiões do Brasil, trouxe novos dados relevantes para a cardiologia mundial.

Impacto para o SUS

Para especialistas, os resultados representam um marco para o Sistema Único de Saúde (SUS), fornecendo evidências científicas nacionais para otimizar recursos e ampliar o acesso a terapias inovadoras.

“Esse estudo fornece informações relevantes para a tomada de decisão médica que podem beneficiar diretamente o SUS, considerando tanto a eficácia clínica quanto o impacto econômico dos tratamentos”, completou Zimerman.

Já Carisi Anne Polanczyk, chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de Vento, ressaltou a importância da ciência nacional:

“É fundamental que os dados reflitam nossa população, com suas características genéticas e sociais, para que os tratamentos sejam realmente eficazes.”

O CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, reforçou a relevância da parceria com o Ministério da Saúde:

“O impacto é imensurável, porque temos a oportunidade de beneficiar diretamente o sistema público de saúde e mostrar ao mundo o potencial das pesquisas brasileiras.”

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