O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou otimismo nesta segunda-feira (27) sobre a resolução das tarifas impostas às exportações brasileiras pelos Estados Unidos, um dia após encontro com o presidente Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia.
“Logo, logo não haverá problema entre Estados Unidos e Brasil. O que interessa numa mesa de negociação é o futuro, é o que você vai negociar para frente. A gente não quer confusão, a gente quer negociação. A gente não quer demora, quer resultado”, afirmou Lula aos jornalistas, resumindo sua expectativa para as tratativas comerciais.
Respeito mútuo – O presidente reforçou que diferenças ideológicas não atrapalharão o avanço das negociações. “Fiz questão de dizer ao presidente Trump que posições ideológicas distintas não impedem que dois chefes de Estado tratem a relação com respeito. Eu o respeito porque foi eleito pelos americanos, e ele me respeita porque fui eleito pelos brasileiros. Com isso, tudo fica mais fácil”, destacou.
Nova rodada – Nesta segunda-feira, em Kuala Lumpur, o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores), acompanhado do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, e do assessor especial da Presidência, embaixador Audo Faleiro, reuniu-se com representantes de comércio e do Tesouro dos Estados Unidos para dar continuidade às negociações.
Segundo Rosa, as equipes de ambos os países trabalharão para construir um acordo satisfatório, com cronograma de reuniões focadas nos setores mais impactados pelas tarifas. “Hoje estamos em um cenário muito mais positivo do que há alguns dias”, afirmou.
Argumento sólido – Lula entregou a Trump um documento comprovando que as informações sobre suposto déficit comercial dos Estados Unidos com o Brasil são infundadas, destacando que houve superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos.
Sem vetos – O presidente enfatizou que não há temas proibidos na mesa de negociação: “Se ele quiser discutir minerais críticos, terras raras, etanol ou açúcar, estou disposto a tratar de todos os assuntos”.
Pluralidade e comércio internacional – Lula reforçou a postura do Brasil de expandir relações comerciais com diversas nações, incluindo China, Estados Unidos, União Europeia, Indonésia, Malásia e países da ASEAN. “O nosso negócio é fazer negócio”, afirmou.
Novo encontro – A possibilidade de novo encontro entre Lula e Trump não está descartada. O presidente brasileiro se colocou à disposição para ir a Washington e reafirmou o compromisso de buscar acordos benéficos para ambos os países.
Lei Magnitsky e Casa Branca – Durante a cúpula, Lula criticou a aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do STF, considerando-a injusta. A Casa Branca destacou, em publicação na Rede X, a boa relação entre os dois presidentes e a expectativa de novos acordos comerciais.







