A Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú, por meio da Vigilância Ambiental, participou na tarde desta quinta-feira (7) do encontro semanal da Câmara Mirim. Na ocasião, o diretor David Cruz apresentou aos jovens vereadores o método Wolbachia, uma tecnologia inovadora que será implantada na cidade com o objetivo de prevenir doenças como dengue, zika e chikungunya.
A ação teve como foco combater fake news e garantir que as informações corretas sobre o método sejam disseminadas. “Já utilizei a tribuna livre para falar sobre a tecnologia aos vereadores e, hoje, foi a vez de conversar com a Câmara Mirim,” destacou David Cruz. A proposta é que os jovens atuem como multiplicadores do conhecimento em suas escolas, bairros e famílias.
A soltura dos wolbitos – mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia – está prevista para o final de agosto, e o engajamento comunitário é considerado essencial. “É preciso que a população entenda que o método é seguro, não oferece riscos à saúde humana ou animal e não prejudica o meio ambiente,” reforçou o diretor.
A diretora da Escola do Legislativo, Katiani Micheletti, ressaltou que uma das funções da Câmara Mirim é justamente ampliar a comunicação com a comunidade. “Com a informação correta, os vereadores mirins podem repassá-la, já que são muito ativos em suas redes sociais e nos espaços em que vivem,” explicou.
Além da apresentação à Câmara Mirim, David Cruz também esteve em reuniões com diretores dos Centros de Educação Municipal (CEMs) e Núcleos de Educação Infantil (NEIs). A ideia é inserir o tema de forma didática nas escolas. “Os estudantes são agentes fundamentais de mobilização e conscientização,” completou a secretária de Educação, Maria Ester Menegasso.
O que é o método Wolbachia
A técnica consiste em inserir a bactéria Wolbachia, já presente naturalmente em cerca de 60% dos insetos, nos mosquitos Aedes aegypti. Essa bactéria impede o desenvolvimento das arboviroses dentro do mosquito, bloqueando a transmissão das doenças.
Os wolbitos permanecem nos locais onde são soltos, não migram e voam a no máximo dois metros do solo. Além de Balneário Camboriú, as cidades de Blumenau e Joinville também estão entre as selecionadas para receber a tecnologia. Em Joinville, os bons resultados obtidos em 2024 motivaram a ampliação do método.
A estratégia é respaldada por estudos científicos, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e faz parte das políticas públicas de saúde do Brasil. O projeto é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde, e operacionalizado pela Wolbito do Brasil, que mantém a maior biofábrica de Wolbachia do mundo.