O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (20), que o retorno do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo simboliza a força e a competitividade do Brasil diante de um cenário de investimentos projetados em R$ 190 bilhões no setor automotivo até 2033. O evento volta a ocorrer após um hiato de sete anos, reunindo inovações tecnológicas, foco em mobilidade sustentável e expectativas de expansão econômica.
Durante a abertura, realizada na capital paulista, Lula ressaltou que o país vive um novo momento na indústria automobilística.
“A história da indústria automobilística será marcada entre antes e depois deste salão. O Brasil é um país competitivo, de oportunidades e cansado de ser apenas um país em desenvolvimento”, afirmou.
Segundo o presidente, o crescimento do setor está diretamente ligado à confiança na estabilidade política e econômica promovida pelo governo.
Lula reforçou ainda o papel dos trabalhadores:
“A gente quer ser definitivamente um país desenvolvido para garantir a vocês, que levantam cedo todos os dias, um salário digno. É por vocês que queremos transformar este país.”
Investimentos e retomada da indústria
Lula destacou que empresas estrangeiras seguem confiando no Brasil, mencionando o aumento do investimento direto no país. Ele lembrou que, em 2010 e 2011, as vendas de veículos chegavam a 3,6 milhões por ano, número que caiu para 1,6 milhão até sua volta à Presidência.
Estabilidade e desenvolvimento
O presidente enumerou cinco pilares que, segundo ele, sustentam o atual ciclo de desenvolvimento econômico:
estabilidade política, econômica, fiscal, jurídica e social.
“Quando existe previsibilidade, as coisas começam a acontecer”, afirmou.
Setor automotivo em expansão
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, afirmou que o retorno do salão confirma o bom momento da economia e do setor.
Ele destacou que a indústria automotiva gera 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos e responde por quase 20% do PIB industrial.
Dos R$ 190 bilhões anunciados em investimentos até 2033, R$ 140 bilhões virão das fabricantes associadas à Anfavea, e outros R$ 50 bilhões da cadeia de autopeças.
Com 53 fábricas distribuídas em nove estados, as montadoras associadas registraram R$ 360 bilhões em receitas em 2024, além de exportações que somaram R$ 252 bilhões.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, destacou a perspectiva positiva de geração de empregos:
“Que venham produzir aqui, gerar empregos aqui e fortalecer a cadeia de fornecedores.”
Indicadores econômicos positivos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou dados que reforçam o atual cenário econômico do país.
Segundo ele, o Brasil deve registrar, ao final do atual mandato presidencial, a menor inflação acumulada da história, a menor média de desemprego já medida pelo IBGE e o maior crescimento econômico médio desde 2010.
Haddad também afirmou que os índices de desigualdade devem atingir o menor nível histórico, segundo medições do Índice de Gini.
Transição energética e neoindustrialização
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, lembrou que o setor enfrentava forte ociosidade em 2023 e destacou o impacto do Programa Mover, lançado em 2024 como parte da Nova Indústria Brasil.
A política incentiva o desenvolvimento tecnológico, a redução de emissões, a inovação e a competitividade global do setor automotivo.
Um Salão renovado
O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo 2025, realizado de 22 a 30 de novembro, retorna com foco em experiência, tecnologia e mobilidade sustentável.
A edição conta com lançamentos, a maior pista indoor de test-drive do mundo, simuladores, espaços interativos e painéis sobre inovação e descarbonização.
