Ministério Público do Trabalho recomenda ao Governo de Santa Catarina ações para inclusão da população trans no mercado de trabalho

Ministério Público do Trabalho recomenda ao Governo de Santa Catarina ações para inclusão da população trans no mercado de trabalho

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O Ministério Público do Trabalho em Santa Catarina (MPT-SC) expediu uma recomendação formal ao Governo do Estado para a adoção de medidas concretas que promovam a inclusão da população trans no mercado de trabalho. O documento, assinado pela procuradora Luciana Teles Gomes, destaca a urgência de políticas públicas voltadas à empregabilidade da população LGBTQIAPN+, especialmente pessoas trans, travestis e transexuais.

Entre as ações sugeridas estão a criação de um órgão gestor para políticas públicas LGBTQIAPN+, a instituição de um Conselho Estadual LGBTQIAPN+ e a elaboração de um plano específico para promover a inclusão laboral deste grupo. O MPT também recomenda a implementação de ações afirmativas, como reserva de vagas em concursos públicos e em contratos de terceirização.

A recomendação ressalta que a população trans enfrenta barreiras severas para ingressar no mercado formal, muitas vezes sendo direcionada a funções informais, com baixa remuneração e condições precárias. Para reverter esse cenário, o MPT propõe iniciativas de capacitação profissional e parcerias com a iniciativa privada, universidades e o terceiro setor.

O documento tem como fundamento o artigo 1º da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, que prevê a adoção de medidas especiais de proteção ou incentivo a grupos vulneráveis. Também cita a Nota Técnica nº 06/2017-PFDC da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão/Ministério Público Federal, que reconhece a constitucionalidade de ações afirmativas para inclusão de pessoas trans e travestis.

O estudo do Programa Atena, divulgado em 2023, também é mencionado, apontando Santa Catarina como um dos estados com pior desempenho em políticas públicas voltadas à população LGBTQIAPN+, ocupando a 22ª posição no ranking nacional.

O Governo do Estado tem 120 dias para responder se já adota medidas afirmativas e apresentar um plano de ação com metas e cronograma. Caso contrário, o MPT poderá recorrer a medidas judiciais ou extrajudiciais.

A iniciativa integra as ações da Coordenação de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade/MPT) e resulta de audiência pública realizada em 26 de junho de 2025, em Santa Catarina, com representantes de instituições públicas, sociedade civil, ativistas e parlamentares.

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