Artistas e estudantes de artes de todas as áreas poderão aproveitar para participar de uma residência artística totalmente gratuita. Com o tema “infâncias dissidentes”, a residência será conduzida pelo artista Daniel Olivetto de 6 a 13 de novembro em formato híbrido, ou seja, com encontros online e presenciais. A residência é destinada ao público adulto e terá duração de 20 horas/atividade (14h de trabalho presencial e 6h de trabalho online). As inscrições estão abertas pelo site www.danielolivetto.com/infanciasdissidentes com vagas limitadas, e as inscrições vão até 29 de outubro.
“Infâncias Dissidentes” é uma residência artística para mulheres, pessoas LGBTQIAPN+, negras, obesas, indígenas, PCDs e todas aquelas cujas infâncias não corresponderam aos parâmetros machistas, cisheteronormativos, capacitistas, racistas e normatizantes. Partindo das memórias, documentos e depoimentos sobre dissidências nas infâncias, serão desenvolvidos exercícios de composição coletiva e individual, buscando estimular a criação de processos artísticos em diferentes linguagens.
O termo “dissidência” diz respeito ao ato de discordar de uma política tida como oficial, e costuma ser empregado em diferentes áreas do conhecimento. Nas ciências humanas, o termo tem sido utilizado questionando as imagens hegemônicas sobre o que é ser normal em nossas infâncias e ao longo de toda a nossa vida.
A ideia de criar essa residência surge como decorrência do trabalho de pesquisa do ator Daniel Olivetto, que investiga a proteção às infâncias dissidentes e sua presença na arte em seu trabalho de doutorado. Daniel iniciou, em 2020, a pesquisa que culminou na performance Topografia, na dramaturgia Touro e no podcast Criança Viada Show, todos investigando aspectos acerca da existência destes corpos. “Precisamos problematizar nossas concepções sobre as infâncias, pensar de maneira plural. Eu não estou pensando nisso isoladamente. Há um grande movimento ativista e científico sobre infâncias que nos alertam para esta urgência. A proposta nesta residência é criar uma espaço de convivência com as memórias de nossas diferenças, para propormos processos artísticos que compartilhem essas questões como perspectivas por outras infâncias e futuros melhores,” completa o artista.
Os encontros contarão com acessibilidade em LIBRAS e mediação sensorial tátil, mediante as necessidades apontadas pelos participantes no formulário de inscrição. Todas as ações serão realizadas em espaços com acessibilidade autônoma ou acompanhada para idosos, cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
O projeto conta com recursos do Governo Federal e Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo, com apoio da Fundação Cultural e da Prefeitura Municipal de Itajaí.